Supermercados começaram a registrar à tarde passada desabastecimento de alguns produtos no interior do Rio Grande do Sul. A situação foi verificada no monitoramento da Associação Gaúcha de Supermercados. A AGAS divulgará um comunicado ao longo da manhã.
São itens perecíveis, que têm um giro de estoque mais rápido. É o caso de frutas, legumes e verduras, principalmente. No entanto, já relato também de falta de carnes e laticínios.
— Falta de mercadoria por tudo. Espero que a greve acabe hoje. Prejuízo pra todos e impacto nas promoções de produtos perecíveis. Abastecimento de carnes também está comprometido. Estou com caminhão parado desde anteontem em Cachoeirinha, no nosso centro de distribuição — relata Lindonor Peruzzo Junior, vice-presidente da Rede Peruzzo, com mais de 20 supermercados na metade sul do Estado.
Nos supermercados de Porto Alegre, o problema chegará no final de semana, caso a paralisação continue. A projeção também é da AGAS. A greve começou na segunda-feira e o protesto é contra o aumento dos combustíveis.
Outros alimentos, como os itens de mercearia, costumam ter estoque de 15 dias. Registrariam problemas somente se a greve durar mais de duas semanas. Produtos de higiene e limpeza têm um prazo de planejamento maior ainda.
Outras entidades de varejo têm divulgado comunicados, mas com posicionamentos institucionais. Ainda sem relatos concretos de problemas.
No entanto, a dona da Farmacia Amplo Espectro, de Porto Alegre, Silvia Muxfeldt Chagas relatou para a coluna Acerto de Contas que enfrenta falta de matéria-prima para manipular os remédios dos clientes. São insumos que vêm de São Paulo e os caminhões estão parados.
- As pessoas tomam medicação diária e compram para 30 dias. Para quem está com o remédio terminando nesta semana, eu preciso refazer. Alguns medicamentos são de prevenção, mas outros são para pressão ou problemas cardíacos. A pessoa tem que tomar - conta a empresária.
A empresária nem vai encomendar itens que precisam de refrigeração para não correr o risco de ficarem na estrada. Vai esperar terminar a greve.
Outro problema é relatado por Thiago Sperk, da Pet Sperk Pet Shop, de Gravataí. Segundo ele, os produtos não chegam e nem os boletos para pagamento. Como as encomendas já foram feiras, o prazo pagamento fica próximo de vencer.
— Já tem boleto vencendo que eu nem recebi — conta Sperk.
E mais, Ederson Krummenauer, diretor comercial do Grupo Frumar, acabou de avisar que tem mercadoria perecível parada. A empresa tem indústria e distribuidora de peixes e frutos do mar.
— Temos quarto carretas de peixe fresco paradas sem conseguir escoar. Os barcos em Rio Grande estão desde segunda com peixes no porão e não conseguem descarregar. O pior é que não há capacidade de congelamento na cidade — relata o executivo.