A ONG TodaVida vem negociando há cerca de dois anos com a prefeitura a implantação de microflorestas urbanas em Porto Alegre. Além da beleza, o objetivo é melhorar a qualidade do ar na cidade.
As microflorestas são espaços que vão de 100 a 300 metros quadrados, onde serão plantadas 200 mudas de árvores nativas de pequeno porte. Metade delas é, inclusive, frutífera. A ONG se inspirou em uma metodologia criada na Índia, onde há milhares de microflorestas urbanas.
Em Porto Alegre, a ideia é implantar a área verde na região do Largo Glênio Peres, na rua Marechal Floriano, ao lado do Chalé da Praça XV. Serão necessárias sete vagas de estacionamento para a execução do projeto.
— O Largo Glênio Peres é um ponto emblemático por ser muito poluído. Tem terminal de ônibus próximo e há circulação de muitas pessoas. Muitas pessoas circulam e poucas ficam. Não é um lugar agradável de ficar. A microfloresta mudaria isso — explica a presidente da ONG TodaVida, Lígia Miranda.
A microfloresta contará com ecopavimento, que é um tipo de pavimento permeável, e com um sistema de captação para captar e armazenar a água da chuva, que vai ser usada para irrigar as plantas. Haverá lixeiras, bicicletários e bancos.
— As microflorestas urbanas conseguem reduzir a temperatura no entorno da área em até 8°C. Além disso, a absorção de ruídos é incrível. Outra vantagem é a limpeza do ar e absorção de CO². Sem contar o aproveitamento de água da chuva e o aumento da permeabilidade do solo - ressalta a presidente da TodaVida.
O investimento total do projeto ficará em torno de R$ 80 mil, podendo chegar a R$ 130 mil, caso a ONG consiga parceria com uma empresa que instale uma árvore de energia solar no local. O valor será viabilizado a partir da doação de empresas.
As conversas com a prefeitura de Porto Alegre começaram no primeiro semestre de 2016, ainda na gestão Fortunati. Inclusive, em dezembro de 2016, o projeto começou a ser executado no Largo Zumbi dos Palmares, mas um impasse com os feirantes do local impediu a continuidade dos trabalhos. Com a troca de governo em janeiro de 2017, a ONG teve que recomeçar as tratativas e mudou o local para o Largo Glênio Peres.
A TodaVida solicita que a prefeitura de Porto Alegre fala a remoção do pavimento, forneça terra e adubo orgânico, além da instalação de um ponto de água e de energia elétrica. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams) garante que apoia a ideia e tem feito esforços para agilizar os estudos técnicos sobre o projeto, que já passou pela análise de pelo menos outras seis secretarias.
Por enquanto, não há previsão de implantação da microfloresta em Porto Alegre. No entanto, uma reunião entre o fim desta semana e o começo da próxima deve definir um plano de ação com prazos definidos.