É provável que você já tenha ouvido a opinião de que as pessoas são movidas pelo egoísmo e que isso pode funcionar até mesmo como força construtora, pois, ao pensarem em seu próprio bem, as pessoas acabam fazendo bem aos outros. É uma ideia razoavelmente difundida, talvez por influência de teorias econômicas que pressupõem que a sociedade é integrada por indivíduos egoístas e racionais.
Se quiséssemos resumir o comportamento das pessoas ao egoísmo, poderíamos descartar pilhas e mais pilhas de livros de psicologia e deveríamos convidar os terapeutas a se aposentarem ou encontrarem outra ocupação. Não é o caso. Na vida real, as coisas são mais complexas. Uma mesma pessoa pode ser egoísta em alguns momentos e generosa em outros. Ou pode se tornar progressivamente generosa com o tempo – ou, infelizmente, o contrário. São muitas as possibilidades.
É difícil imaginar como alguém possa beneficiar os outros ao se comportar de forma egoísta, já que a acepção mais aceita de egoísmo é "amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios", nas palavras do dicionário Aurélio. Muitas vezes você beneficia o próximo ao fazer algo bom para você mesmo – por exemplo, ao fundar uma empresa lucrativa que resolve algum problema importante da sociedade –, mas isso não tem nada a ver com egoísmo.
Não se pode generalizar, mas algumas pessoas de fato são mais egoístas do que generosas. Você não deveria ser essa pessoa. Estudos empíricos mostram que a generosidade é um caminho mais certo para uma carreira e uma vida significativas. Não apenas multiplica o efeito positivo das suas competências como torna tudo mais agradável para todos. Vale a pena experimentar.