Na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, uma estudante de História passou a encarar com apreensão o momento de ir para a aula. Julia de Castro tem 20 anos de idade e, depois de cinco semestres, sofre as consequências de se haver declarado “conservadora” e favorável à reeleição de Jair Bolsonaro. Foi uma decisão difícil. Por experiência própria, sabia que no recinto acadêmico da UniRio, em geral, e do curso de História, em particular, reinava, absoluto e incontrastável, o que define como “pensamento único de esquerda”. O linchamento verbal que se desencadeou contra Julia nas redes sociais a assustou pela virulência das mensagens, que variavam do insulto à ameaça pura e simples de retaliações, inclusive físicas. A porta do inferno se abriu para a moça que violou o código de silêncio e submissão que vigora em ambientes de intolerância com grupos de mando bem definidos.
Artigo
Opinião
Uma patrulha persegue Julia
Ela ousou passar pela cancela, e a patrulha já está em seu encalço. Que não a alcancem
Eugênio Esber