Arlene Ferrari Graf é uma advogada de Blumenau (SC) que jamais será capaz de esquecer aquele 26 de agosto de 2021. O tempo parou, para ela, às 6h22min, quando foi declarada a morte cerebral de seu filho Bruno Graf, também advogado. A certidão de óbito informava que o filho saudável de Arlene morreu aos 28 anos de idade por AVC hemorrágico/trombocitopenia trombótica imune. Tudo muito rápido e devastador para Arlene, por uma circunstância especial. É que 12 dias antes, por insistência dela, o jovem sem comorbidades e prestes a se casar havia tomado a primeira dose da vacina AstraZeneca/Fiocruz. Na falta de respostas plausíveis para o que havia matado Bruno, cujos exames afastaram a hipótese de covid, Arlene trazia, entalada na garganta, uma angústia: “Meu filho poderia ter morrido pela vacina?”.
A mera dúvida de Arlene a colocou sob a fogueira da execração pública. Sua dor, seu desespero, nada importava para autores de textos que a davam como ativista antivacina na direita brasileira ou a mulher que, ao “forjar” uma explicação para a morte do filho, ganhava o status de líder dos bolsonaristas. Na autoproclamada (imerecidamente) “grande imprensa”, silêncio total sobre o caso. O “jornalismo profissional”, que proclama virtudes como empatia e acolhimento, deixou Arlene falando sozinha, como uma pobre desvairada sem direito a, nem mesmo, a compaixão de ser, vá lá, escutada, ao menos. Uma agência de fact-checking fez contato com uma abordagem intimidativa, que pode ser sumarizada como “vê lá o que você está dizendo”.
É claro que Arlene, como eu, como você, não se deteria diante de tamanha brutalidade. Quando soube que havia um caminho para solucionar sua dúvida, gastou o que tinha que gastar para fazer o exame indicado, Anti-Heparina PF4, Autoimune, e recebeu da Espanha a notícia que temia. Sim, seu filho morreu por efeito da vacina. A partir daí, começou uma cruzada para reunir casos de efeitos adversos causados pelas vacinas e que são tratados com indiferença e por autoridades sanitárias, por veículos que seguem a linha de ativismo do “Consórcio de Imprensa” e, meu Deus, até pelo Ministério Público – ressalvadas raríssimas e honoráveis exceções.
Arlene já sabe que sua luta não é exclusivamente por Bruno. Ela, que é vacinada, assim como seu marido, defende que a vacinação (ainda um experimento, na verdade) não seja obrigatória e venha acompanhada de medidas de esclarecimento da população – tudo o que não encontramos nas páginas que lemos e nos noticiários que assistimos desde o início desta pandemia que caçou as dúvidas e questionamentos com uma fúria que, esperávamos, fosse mobilizada apenas contra este vírus, de origens tão obscuras.
Ela escreveu ao ministro da Saúde uma carta em que pede providências mínimas e sensatas. “Que os senhores comecem a notificar as reações adversas que estão sendo relatadas por inúmeras pessoas(...), relatos que estão sendo subestimados e negligenciados”.
Assino embaixo, Arlene, desta carta enviada em setembro de 2021 e que até agora não mereceu resposta do ministro da Saúde.
Que tempos!