Eugênio Esber
Carmela L. V. é uma jovem que, como muitos brasileiros entre 16 e 17 anos, pergunta-se qual é o seu lugar no mundo e que sentido dará à vida que resplandece no horizonte. Ela se sente enamorada pela filosofia, mas o que a atrai, mesmo, é o direito e particularmente a magistratura. Como costuma fazer, confidenciou aos pais seu flerte ainda tímido com o ofício dos juízes e juízas. A reação deles não poderia ser mais empolgada, mas de pronto Carmela ponderou que uma dúvida lhe atravessava o caminho: seria ela verdadeiramente capaz de vencer seus próprios vieses no momento de decidir e sentenciar? A mãe, de imediato, deu a ela a melhor resposta possível: só uma pessoa que se faz essa pergunta está vocacionada para julgar. Porque, antes de mais nada, se põe a julgar seus próprios condicionamentos.
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