A transformação de clubes como Botafogo, Cruzeiro e Vasco, que estão entrando com força total no modelo clube-empresa, terá um efeito imediato no futebol brasileiro. Equipes que estavam fragilizadas pelas dívidas agora poderão voltar a sonhar com a volta dos bons momentos.
Para se ter uma ideia, o investidor norte-americano John Textor, que vai administrar o Botafogo, disse em uma conversa com o jornalista Rodrigo Capelo que "tem mais dinheiro do que o Barcelona para contratar Cavani". Ainda não se sabe se isto vai acontecer, mas já está claro que o projeto é ambicioso.
A transformação do mercado terá efeitos para Grêmio e Inter. Em 2021, o Bragantino, com o aporte financeiro da Red Bull, já fez uma temporada bem melhor do que os clubes gaúchos. O time de Bragança Paulista foi vice-campeonato da Copa Sul-Americana e conquistou vaga direta na Libertadores.
Se para a dupla Gre-Nal já estava difícil competir com Flamengo, Atlético-MG e Palmeiras, agora o cenário deverá ficar ainda mais complicado, pois times que estavam em um patamar inferior, estarão fortalecidos a partir de 2022.
É cedo dizer que o projeto clube-empresa dará certo no Brasil, mas o fato é que os investimentos vão ocorrer. No caso do Grêmio, o Vasco e Cruzeiro serão adversários na Série B. No caso do Inter, a briga por vaga na Libertadores ficará ainda mais difícil.
Neste momento, não existe qualquer intenção de Grêmio e Inter avançarem na questão da lei SAF (Sociedade Anônima de Futebol). Mas o certo é que os clubes gaúchos precisarão estar atentos. A concorrência vai aumentar, e a criação de novas receitas será fundamental para a manutenção da competitividade.