Em torno de Bob Dylan – sim, você sabe, o único artista da história a ter ganho o Nobel e o Oscar, o Pulitzer e o Grammy –, revolvem-se pencas de histórias insólitas, excêntricas e idiossincráticas, algumas bem divertidas. Vivenciei pessoalmente umas poucas e sei de inúmeras outras. Segundo uma delas, em 1975, ao passar por uma de suas supostas "crises espirituais", Dylan arranjou um encontro com um rabino, tido como sujeito tão idiossincrático, excêntrico e insólito quanto ele mesmo. Um mestre irado, por assim dizer. Sei o nome do dito-cujo, é claro – mas não vem ao caso. O fato é que Dylan chegou ao estúdio do mentor e, sem mais delongas ou etiquetas, o rabugento rabino entregou-lhe uma vassoura e apontou o lugar que deveria ser varrido. Bem versado nos tortuosos caminhos que os místicos mestres costumam palmilhar, Dylan obedientemente se pôs a cumprir a tarefa.
Varre, vassourinha
Algum ser demoníaco inventou os sopradores de folhas
Posso atribuir um tresloucado gesto ao desequilíbrio resultante do som emitido por esses aparelhos
Eduardo Bueno