Há certa indignação com as decisões tomadas pelo árbitro Wagner do Nascimento Magalhães com o auxílio do árbitro de vídeo na final da Copa do Brasil. Entendo e não me surpreendo. A temporada do juiz carioca é ruim. Já cometeu muitos erros.
Para quem não lembra, ele marcou dois pênaltis inexistentes, um para cada lado, na vitória do Inter contra o Santos na Vila Belmiro. Recentemente, apitou também o jogo do time gaúcho contra a Chapecoense. A diferença agora é que os equívocos foram com o uso do VAR (sigla em inglês para árbitro assistente de vídeo).
Com isso, está mais do que confirmada a profecia de Anderson Daronco. Há exatamente um ano, em uma entrevista concedida para esta coluna em GaúchaZH, o juiz gaúcho declarou: "Uma coisa é errar no campo sem a televisão. Agora estamos correndo o risco de errar com a imagem". Bingo! A bronca ficou maior.
O que é importante lembrar aos que tem memória curta é que não foram os brasileiros que inauguraram os erros com o VAR na noite decisiva da Copa do Brasil. Isso já ocorreu em todos os idiomas possíveis. Basta pegar o exemplo da Copa do Mundo. Houve problemas em jogos da competição na Rússia com a presença da elite do apito mundial. Ou seja, esse problema também é do Brasil, mas não é só do Brasil.
E qual o motivo para que isso aconteça? É simples. Os árbitros não estão acostumados e nem completamente preparados para ter a frieza necessária para lidar com o novo elemento tecnológico. Alguns terão mais capacidade e afinidade, outros menos. Isso vai fazer que os problemas continuem ocorrendo mesmo com o VAR porque a culpa não é do VAR. É de quem não sabe usar a tecnologia. Quem se adaptar mais rápido conseguirá tirar o maior benefício e cometerá erros em menor quantidade e com menos frequência.
Além de tudo isso, nunca é exagero lembrar que o VAR jamais resolverá 100% dos equívocos. A interpretação sempre causará alguma ou outra treta no nosso amado futebol. Por isso, aos que temiam pelo fim das polêmicas, deixo uma garantia. Não precisa ser profeta para dizer que o VAR não acabará com a discussão do BAR.