A arbitragem errou na estratégia adotada para o Gre-Nal 415. É verdade que o jogo desta quarta-feira (21), no Beira-Rio, foi o mais pegado e brigado dos três clássicos. Ainda assim, parcela da tensão e até alguns lances violentos também entram na conta de decisões equivocadas do apito.
O fato é que Leandro Vuaden usou as armas erradas para uma guerra. O juiz levou o jogo muito na boa e demorou para colocar um limite com a aplicação de cartões. Foi complacente com algumas disputas ríspidas e isso foi cobrando um preço ao longo dos 90 minutos.
Os jogadores fizeram de tudo para que o duelo não terminasse com 11 para cada lado. No lado do Grêmio, no final do primeiro tempo, Jael tentou agredir Cuesta com um cruzado de esquerda. O zagueiro jogou o corpo contra o do atacante, que acabou acertando a cabeça do adversário com o braço.
O lance foi fora da área. Além do cartão vermelho, a falta deveria ter sido marcada. No lado do Inter, no segundo tempo, Gabriel Dias deu uma cotovelada na cabeça do zagueiro Kannemann e escapou da expulsão.
Não faltaram só vermelhos. Cuesta foi um dos jogadores que custou a levar amarelo. Já no primeiro tempo fez falta forte por trás em Luan. Ramiro parou contra-ataque e foi outro que escapou da advertência. Haveria outros exemplos.
Como diria o Guerrinha, não se pode entrar em uma guerra com um secador de cabelo. A postura da arbitragem deveria ter sido mais enérgica. Isso seria fundamental para ajudar no controle disciplinar do Gre-Nal.
Apitar um jogo de futebol não é fácil. Quando os atletas não colaboram, fica muito pior. Por vezes, quase impossível. Não se pode tirar a responsabilidade dos jogadores pelas coisas que aconteceram dentro de campo. Empurra-empurra, agressão, pontapé, antijogo e qualquer outro tipo de patifaria não pode ser culpa só do juiz.
Em relação aos lances técnicos, duas observações. O pênalti de Bressan em Moledo foi claro. Leandro Vuaden foi muito bem na marcação. E a falta que originou o gol de D’Alessandro foi bem apitada. O árbitro não teria marcado não fosse pelo auxílio do bandeira Rafael Alves. Funcionou o trabalho em equipe.
Entre erros e acertos, o placar de 2 a 0 foi legítimo. A torcida do Inter queria mais um gol. A do Grêmio queria a terceira vitória seguida. Eu confesso que esperava uma autoridade maior da arbitragem no Gre-Nal 415.