Dione Kuhn
Lidar com informações relacionadas a violência, corrupção, crise econômica, desemprego e tragédia faz parte do cotidiano de um jornalista. Entre colegas, costumamos brincar sobre como seria fazer jornalismo em um país sem criminalidade, com sistemas de saúde e educação exemplares, pleno emprego, estradas perfeitas e poder público transparente e rigoroso em seus atos. O que seria notícia em um lugar onde tudo funcionasse e os bons exemplos fossem a regra e não a exceção? Como estamos longe de habitar um país perfeito, equilíbrio jornalístico entre o negativo e o positivo se torna um exercício diário e complexo. E com frequência acabamos valorizando mais o noticiário pesado, não pela vontade, mas pelo fato de que o errado, muitas vezes, precisa ser exposto para que uma solução venha a ser encontrada.
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