Lidar com informações relacionadas a violência, corrupção, crise econômica, desemprego e tragédia faz parte do cotidiano de um jornalista. Entre colegas, costumamos brincar sobre como seria fazer jornalismo em um país sem criminalidade, com sistemas de saúde e educação exemplares, pleno emprego, estradas perfeitas e poder público transparente e rigoroso em seus atos. O que seria notícia em um lugar onde tudo funcionasse e os bons exemplos fossem a regra e não a exceção? Como estamos longe de habitar um país perfeito, equilíbrio jornalístico entre o negativo e o positivo se torna um exercício diário e complexo. E com frequência acabamos valorizando mais o noticiário pesado, não pela vontade, mas pelo fato de que o errado, muitas vezes, precisa ser exposto para que uma solução venha a ser encontrada.
Após mais de quatro meses de uma pandemia que afetou a todos nós, a busca por esse equilíbrio se tornou ainda mais premente. O mundo procura incessantemente saídas para a crise sanitária. E qualquer notícia alentadora deve ser valorizada por nossas mídias.
Nos últimos dias, temos procurado mostrar os avanços nos estudos de vacinas contra o coronavírus pelo mundo afora. Estamos, junto com nossos assinantes, na torcida para que a vacina chegue o mais rápido possível ao nosso país.
Na edição de Zero Hora deste sábado e domingo, preparamos um placar com os 10 experimentos contra o coronavírus mais promissores, em que nação estão sendo desenvolvidos, o estágio em que se encontram e os prazos de conclusão. Esse placar, que está também publicado em GaúchaZH, será atualizado sempre que houver avanços.
Mas fizemos muito mais. Cito outros três conteúdos recentes que mostram como a ciência e a medicina caminham a passos largos no combate ao vírus.
– Por que o Hospital São Lucas da PUCRS, de Porto Alegre, será um dos centros médicos do Brasil a testar a vacina chinesa CoronaVac.
– A entrevista com a brasileira especialista em doenças infecciosas Sue Ann Costa Clemen, que atua como investigadora da pesquisa da Universidade de Oxford que busca desenvolver uma vacina para a covid-19.
– E a entrevista com Denise Abranches, a primeira voluntária brasileira a receber a vacina desenvolvida em Oxford.
Que em breve possamos dar a notícia que o mundo mais quer ler, ver e ouvir.