É surrado, batido, lugar comum até, mas se há uma obviedade em momentos como o do Inter — de derrotas impressionantes em série, com um grupo caro e estrelado —, a obviedade é: não adianta terra arrasada.
O Inter terá de sobreviver até dezembro com este grupo de jogadores, evitando a última e pior decepção, que seria o segundo rebaixamento à Série B do Brasileirão. Salvo um ou outro reforço milagroso que possa chegar até 2 de setembro, quando a janela fechar.
Por isso Roger Machado pediu para falar quando perguntaram a Alan Patrick, após a eliminação na Sul-Americana, sobre garra e envolvimento. Defendeu o vestiário com unhas e dentes, tendo seu capitão ao lado na entrevista. Os jogadores precisam comprar suas ideias, e confiar no chefe é premissa básica.
Só que rejeitar terra arrasada não é sinônimo de deixar tudo como está. Roger veio para ajustar. Mexer. Arrumar. Fazer algo diferente. Quando De Pena foi dispensado, nos bastidores se falava em nariz torcido dos mais antigos. Maurício, Wanderson e Alan Patrick caíram de rendimento. Pode ser coincidência, mas aconteceu. Se Renê for para o banco em nome de Bernabei, que desce por fora, a direção tem de apoiar o treinador. Renê é respeitado no vestiário, mas é questão tática. Não é pessoal.
Vou além. Se for preciso deixar estrela(s) no banco em nome de se defender melhor ou suportar a maratona, Roger precisará de suporte inabalável da direção. É isso ou trocar de técnico como quem desveste bermuda, item básico do kit rebaixamento.