O fantasma da touca dos anos 1990 já tinha sido desvestido pelo Inter há muito tempo, mas uma série de episódios recentes o trouxeram de volta. Como o presente só repete o passado na condição de farsa, há diferenças.
Há cerca de 30 anos, o Juventude era bancado pela Parmalat, potência italiana que despejou dinheiro no Palmeiras e aproveitou as origens serranas no Alfredo Jaconi como filial, enquanto clube empresa. Investiu o suficiente para ser campeão gaúcho de 1998 da Copa do Brasil de 1999, nas duas vezes eliminando o Inter.
Nesse período, perdia para o Grêmio porque era o timaço de Felipão. A narrativa do Juventude como touca colorada vem daí. Com o tempo, isso sumiu. Teve até final de Gauchão com 8 a 1 para o Inter, em 2008.
Hoje, o Inter é muito mais forte financeiramente, mas seu elenco de estrelas nunca mais se recuperou após ser eliminado pelo Juventude no Estadual. Quis o destino que a revanche fosse na Copa do Brasil.
Talvez Coudet nem saiba disso, mas quando avisa que será preciso optar pelas Copas e poupa estrelas contra o Vasco no Brasileirão, assumindo o risco da derrota que de fato veio, ele revive aquela rivalidade. O Inter respira, e não é de hoje, esse confronto. Não pode vestir a touca e reviver o passado pela segunda vez, como há 30 anos. O técnico do Inter agiu certo. Esse mata-mata é uma fronteira para o Inter em 2024.