O Inter ainda não se recuperou da pancada que tomou do Juventude no Gauchão. As atuações não são mais convincentes. Restou a desconfiança de que, contra equipes de Série A, o Inter ganhou o Gre-Nal com um gol de pênalti ao apagar das luzes e não conseguiu se impor diante do Juventude. Como daqui por diante não haverá mais Estadual para enfileirar vitórias, eis a questão.
Não é caso de mudar tudo, claro. Não é assim que funciona. Oscilações ocorreriam, cedo ou tarde. Para azar do Inter, elas vieram cedo demais, a tempo de tirar até vaga na final estadual, cujo título ao menos diminuiria a pressão por uma taça maior, do tamanho do clube. Um termômetro dessa instabilidade é o destempero.
Coudet se irrita na entrevista, criando um cenário que nunca existiu: ser gênio quando ganha e burro quando perde. As vírgulas (adversários fracos, começo de temporada...) foram feitas lá e cá (eliminado sem perder para o Juventude, expulsão de Mauricio...). Só que aquela curva de evolução coletiva travou.
A meta de 500 passes certos por jogo não é mais atingida. O número de finalizações baixou, assim como os gols.
Jogadores rendendo pouco
Wanderson envareta. Mauricio cai na malandragem de Nenê. Alan Patrick tem crédito pelo ano e meio de alto rendimento, mas anda irreconhecível. Terá sido pelo alardeado suposto interesse em Oscar, anunciado pelo próprio argentino? Ou por cogitarem mudar seu lugar no campo para acomodar estrelas muito bem contratadas por Alessandro Barcellos, como se não fosse uma delas?
Wanderson piorou após a chegada de Wesley. Com Borré e Thiago Maia, fala-se em Mauricio fora do time. É outro que piorou. O grupo, desta vez, não é curto. É longo. Para que o oposto da outra passagem não vire problema, Coudet terá de ser técnico e gestor de pessoas. Fácil não é, mas penso que este é o seu desafio para recolocar o Inter nos trilhos das boas atuações e superar o trauma do Gauchão.