As trocas de Renato na metade do segundo tempo, tirando Cristaldo e Pepê por Dodi e Du Queiroz, foram o sinal. O Grêmio decidiu cedo que o empate estava de bom tamanho e tratou de se defender, num gesto de humildade em relação ao adversário, sem medo de assinar a igualdade em duas vias de apostar no fator Arena.
O jogo em si não foi bom. Travado, mascado, sem prevalência técnica de ninguém. Oito cartões amarelos é um festival. Nenhum por reclamação. Todos por entradas duras. O índice de acerto de passes foi baixíssimo: 241 (Ju) a 186 (Grêmio).
O Juventude não entrou na armadilha do Grêmio, que planejou dar-lhe a bola e apostar na marcação alta e contra-ataque. Os zagueiros do Ju não têm qualidade para isso. Roger Machado preferiu, no primeiro momento de risco, fazer a ligação direta. Perdi as contas de quantos tiros de meta com balão os goleiros Caíque e Gabriel cobraram.
Fábio foi bem improvisado na lateral esquerda, segurando o forte Lucas Barbosa. O ataque azul foi "Diego Costa FC", ele recuando e tentando tirar os zagueiros do Juventude da área, com reforço de jogadas individuais de Gustavo Nunes.
No somatório geral, o Juventude esteve mais perto de gol. O goleiro Caíque foi personagem. Gabriel, não. Em finalizações, 11 a 6 para o Juventude.
Penso que a chance crucial do time de Caxias do Sul era ir para a Arena com alguma vantagem. Com 50 mil apoiando, somado a Renato lidando com decisões, uma de suas especialidades, o Grêmio ficou mais perto do Hepta. Não muito perto, algo assim óbvio, pela inteligência com que joga o Juventude de Roger, mas digamos que um passo adiante. A interrogação será como o Grêmio fará para ser proponente das ações, algo que não tem sido a sua característica.