O último a se dar bem foi Douglas. Desde 2019 — lá se vão quatro anos, caminhando para meia década — a camisa 10 do Grêmio virou maldita. Felipe Vizeu, lembram? Está na Série B com o Criciúma. Robinho, ex-Cruzeiro, vestiu a 10 tricolor, e a carreira entrou em declínio. Hoje defende o Paysandu, na Série C.
Thiago Neves chegou a peso de ouro, mas saiu após a descoberta de que seu contrato atrelava o número de vezes em que era relacionado com renovação automática. Não fez um bom jogo sequer. Fracasso mais dramático só o amaldiçoado seguinte: Douglas Costa.
Trazido como filho pródigo em projeto de marketing, Douglas Costa passa mais tempo casando do que jogando, rebaixa o Grêmio e ainda tira onda da torcida. O azarado seguinte entra em queda técnica vertiginosa após receber a camisa 10.
Após carregar a lendária dezena de Pelé às costas, Jean Pyerre recebe o diagnóstico de câncer no testículo em meio a uma negociação com o futebol turco e, em seguida, anuncia aposentadoria precoce, aos 24 anos. Agora tenta retomar a carreira no Vancouver, do Canadá, da MLS.
O último episódio da série maldita é personagem central do gol de pelada que decreta a derrota para Santos de virada por 2 a 1, na Vila. Ferreira tinha mesmo de receber oportunidades após tanto tempo no departamento médico. Mas é preciso admitir: suas atuações não o ajudam.
Ferreira está com quase 26 anos (faz aniversário em dezembro) e não há jeito de se livrar do rótulo da eterna promessa prejudicada por lesões, renovações de contrato tensas e, agora, atuações abaixo do mínimo para ser titular e, ainda por cima, camisa 10.
À medida que o tempo passa, a torcida começa a perder a paciência com Ferreira. Renato está com a sua no limite, mas esbarra na falta de atacantes em condições de substituí-lo. Iturbe segue em déficit físico. Bessozi é verde e sentiu o peso quando recebeu chance. Zinho foi para o fim da fila pelo que não produziu nas chances que teve.
Será Ferreira mais uma vítima da maldição da camisa 10 gremista ou ainda há tempo para ele mesmo exorcizá-la?