Mesmo sem ser superior coletivamente, a França aplicou 2 a 1 na Inglaterra e está na semifinal da Copa. Mbappé não marcou dessa vez, mas fez a diferença para, no momento decisivo, devolver o equilíbrio a um jogo que se desenhava inglês. É um craque, que resolve até quando não aparece tanto. Foi a primeira vitória francesa sobre a Inglaterra em Copas. Na outras, em 1966 e 1982, havia perdido. Seu adversário será o surpreendente Marrocos.
O primeiro tempo foi igual. Um chute de Tchouaméni, o reserva de Pogba que, dizem, melhorou a França por ser menos midiático e mais coletivo, acertou um belo chute rasteiro, no canto, a 17 minutos. O time do técnico Didier Deschamps é a sua cara. Todos trabalham para o coletivo. Griezmann, que já foi a estrela da cia, agora é meia central por trás de Giroud. E ele assumiu a função.
Movimenta-se pelo campo todo, dando ritmo com dois toques na bola. Neymar, por exemplo, que tem mais talento, não faz isso. Ao reter demais a bola, trava o jogo. Mas a França fez o gol e viu a Inglaterra se adonar da partida. A partir de um Saka endemoniado, pela direita, os ingleses avançaram. Dominaram a posse de bola e foram empilhando finalizações. Lloris brilhou.
A segunda etapa foi de hegemonia acentuada inglesa. Quando o segundo gol parecia questão de tempo, a França apelou para Mbappé. Griezmann passou a acioná-lo, mesmo marcado, na esquerda.
E o cenário foi mudando aos poucos. Bola no pé do camisa 10. Um cruzamento, uma inversão, uma arrancada, um escanteio cavado, um passe que mantinha a posse, um drible que abria espaço. E olha que ele nem fez gol. Tocou pouco na bola. Imagina se participasse mais.
O primeiro gol francês já nascera com ele, driblando para dentro e empurrando a defesa inglesa para trás. Por isso a bola sobrou para Tchouaméni. No desempate de Giroud, gol de cabeça clássico, é Mbappé que aciona o cruzamento de Griezmann.
Antes, Saka recebera um pito de seu goleiro por não acompanhá-lo. Não dá para deixá-lo com um marcador. Se não forem dois ou três, adeus. Enquanto isso, Kane erra pênalti faltando cinco minutos, perdendo a chance de levar para a prorrogação.
A França segue firme na luta pelo tri. É muito candidata.