Chegamos à sala de conferências determinada pela Fifa. No dia anterior o jogo válido pela semifinal da Copa do Mundo falam o técnico e um jogador dos times envolvidos. Só que é jogo grande. Semifinal. A Fifa teve de mudar o lugar de praxe, tal a procura. A salinha da primeira fase ficou pequena. Foi preciso transferir a entrevista de Lionel Scaloni e de Tagliafico para um anfiteatro com 1,5 mil lugares, um salão de convenções gigante, com dois níveis de mezanino. E aí deu aquela pontada de inveja.
O local da entrevista mudou porque o mundo não cabia lá, no outro. Com suas seleções eliminadas, jornalistas precisam saber dos protagonistas do maior evento do planeta. Quando avistei a entrada do teatro, pensei: danou-se. Uma fila enorme, interminável. Zero chance de entrar se tivesse de ir para o final dela. Então, alívio. A fila era para veículos que não compraram direitos de transmissão. Eles teriam de esperar a vez. Só ganhariam assento se sobrasse.
Como a Rádio Gaúcha é detentora de direitos, foi só a organização conferir a credencial com uma maquininha de leitura digital e procurar um lugar. Os argentinos, no ar em seus programas, diziam mais ou menos assim:
— O mundo quer ouvir Lionel Scaloni. Todos querem saber sobre a Argentina.
Verdade. Tudo verdade. O Brasil poderia estar nessa situação, mas fracassou. O ex-lateral-esquerdo Sorín foi a um programa árabe ensinar a canção que virou hino argentino no Catar, que fala dos muchachos ilusionados, Maradona, Lionel (Messi) e la tercera, no caso a busca pelo tricampeonato.
Só se fala em Argentina e nos argentinos, mais do que França, Marrocos ou Croácia, muito em razão de Messi. Lionel Sacaloni, o interino que foi ficando, virou celebridade. Até Tagliafico era aguardado com certa ansiedade. Era para a Seleção Brasileira estar vivendo um dia assim, do tamanho de sua história, mas só nos restou olhar de cantinho, do fundo do salão. Mérito deles, incompetência nossa. Que desfrutem, como dizem os hermanos.