Quando era presidente, logo após assinar a rescisão de Eduardo Coudet, que saiu por vontade própria, Marcelo Medeiros levou um susto ao observar as redes sociais e mensagens no seu celular. Eram ofensas e ameaças da pior espécie.
Examinando os disparos, percebeu que eram todos de mulheres. Se os retrucasse, não importa o que dissesse, a resposta viralizaria como pólvora, provavelmente retirada de contexto, algo bem normal nas redes sociais. O dano seria terrível.
Aí Medeiros se deu conta de que, claro, não eram mulheres, mas robôs. Havia argumentos e expressões idênticas. Frases inteiras. Bem, se eram mesmo robôs, alguém está organizando esse gabinete do ódio. Mas quem? Desde onde? Com que objetivo? O episódio das faixas é isolado?
Edenilson e João Patrício Herrmann são os alvos da vez. Quais os próximos? Criticar é da natureza da democracia. É salutar. O regime do aplauso é a ditadura, no qual as pessoas concordam de medo. O problema é coagir com ameaças.
Um ambiente frágil politicamente, como hoje é o Beira-Rio, repleto de mágoas sobrepostas por todos os lados e grupos políticos, é terreno fértil para essas ações subterrâneas que espalham raiva feito vírus.
Os torcedores que partiram para cima do ônibus na saída do hotel ajudaram o Inter a não vencer o Cuiabá. O time travou. Mesmo sem resultado, vinha rendendo mais. Ninguém produz bem com medo de a família ser envolvida. Urge uma trégua, que nem sei mais de onde tem de partir.
Do contrário, vão todos se afogar na Série B.