Talvez tenha passado despercebido, mas ao final da goleada do Inter sobre os venezuelanos do Deportivo Táchira, um longo e demorado abraço referendou uma crença do técnico Miguel Ángel Ramírez.
O meia Mauricio passa por ele e o cumprimenta com aquela formalidade destinada aos chefes. Só que o espanhol o surpreende, puxando-o para um abraço apertado e longo. Sussurra-lhe algo ao pé do ouvido.
Maurício até redobra a atenção, para entender o idioma espanhol cochichado. Ele, que participara de três dos quatro gols, com dois chutes e a assistência para Yuri Alberto, sorri quando Ramírez o libera.
Suspeito que o elogio traduzido no abraço de Ramírez seja pela entrega tática e coletiva. Com a bola, o jovem meia que veio do Cruzeiro trocado por Pottker não se esconde.
Sem a bola, ajuda a defender. Ramírez vai criando suas preferências e hierarquias, e Maurício subiu na escala.