A contratação de Rafinha pelo Grêmio surpreende por dois motivos, e nenhum deles é financeiro. Sob este ângulo, tem de olhar a folha salarial. Se vem Rafinha e saem Everton e Victor Ferraz, ambos com salários de três dígitos nada espartanos, com reposição da base, o custo total se mantém. Com a dispensa de Paulo Victor, talvez fique mais barato. Isso ajudará na hora de compensar o investimento, aí sim forte e graúdo, em Rafael Borré.
Enfim: dá para equilibrar a equação financeira quando se vai ao mercado buscar jogadores pelo salário, sem ter de pagar direitos diretamente a outro clube. Rafinha e Borré se enquadram neste modelo.
Habilidade negocial do Grêmio, que pode fazer um esforço a mais, com o risco calculado inerente a tacadas dessa grandeza, graças aos cinco anos de superávit.
A surpresa, no caso de Rafinha, 35 anos, se dá por outras razões. A primeira é que Romildo Bolzan tinha jurado que não o contrataria. A voz de Renato prevaleceu, e parece não ser nada fácil desafiar a estátua quando quando o assunto é contratar um cascudo. A tal aceleração do aproveitamento da base vai dar uma desacelerada. Vanderson será reserva.
Borré é centroavante de área, um definidor com matizes de falso 9. Não o vejo pelo lado, a menos que Renato faça adaptações táticas para usá-lo com Diego Souza. Aí, indiretamente, a gurizada seria afetada.
Pepê vai embora em junho, para o Porto. Alisson não sai do time nem por decreto. Sobraria para Ferreira. Alguém tem sair para entrar o colombiano que, aos 25 anos, já é cascudo. Seu currículo inclui Atletico, de Madrid.
Ótimos reforços, mas que afetarão o uso da base entre os titulares.