É na noite desta quarta-feira, no Beira-Rio, o teste mais forte, antes do Gre-Nal, para o Inter de Miguel Ángel Ramirez no Gauchão. O Caxias é organizado, eficiente e corajoso na mão de Rafael Lacerda. No ano passado, venceu três vezes o Grêmio, sendo duas na Arena. Não foi campeão por detalhe. Não subiu para a Série C, mas o fato de a direção mantê-lo no cargo indica a seriedade do trabalho.
Se a saída de bola e as movimentações nos espaços de cada um forem falhas, o Inter pode se complicar. O Caxias não fica lá atrás só defendendo. Joga e marca alto. Não se vitimiza por ter menos material humano e dinheiro. Ramírez seguirá fazendo testes, mas um é o mais esperado: Rodrigo Dourado como aquele volante que também arma jogo, não raro com passes longos. Ele merece uma chance nessa nova função.
Outra questão, esta mais teórica, mas essencial para o Inter do espanhol dar certo, precisa ser observada. Em que medida os jogadores podem confundir a ocupação dentro de um espaço delimitado com menos mobilidade, resultando em um jogo mais lento e estático? Este me parece ser um ponto essencial.
O jogador brasileiro está acostumado a procurar sempre a bola, o que pode gerar espaços não ocupados pelo companheiro, se não houver a leitura correta de cobertura. Missão para Ramírez. O Inter só será veloz no estilo que ele pretende quando essa lógica for mecanizada, para além de compreendida pelos jogadores.