Os erros de arbitragem no empate com o São Paulo estão claros, na opinião deste colunista. Os pênaltis sobre Geromel e Pepê (este fora da área, talvez, mas tinha de ser expulso) foram confirmados pelo Diori Vasconcellos e Sandro Meira Ricci, analistas do Grupo RBS e Globo. Eu, modestamente, acrescento outro que o Grêmio nem reclamou: o excessivo números de faltas (24 a 16) que, no caso do São Paulo, na maioria as vezes, era para matar a jogada de contra-ataque do Grêmio. Pepê, Luiz Fernando e Ferreira foram alvo. Uma ou outra vez é do jogo, mas sistematicamente e intencionalmente é um recurso irregular que tem de ser punido. É o rodízio de faltas, para burlar a incapacidade de, perdendo a bola lá na frente, recuperá-la esportivamente na pressão pós-perda. A arbitragem não coibiu essa artifício. Tinha de amarelas e expulsar.
O movimento forte do Grêmio não visa anular o jogo, na verdade. Isso é praticamente impossível. É parecido com o que aconteceu contra o River, naquela semifinal fatídica do pênalti de Bressan e do gol com a mão dos argentinos. O retuitado de campo é sempre mantido, para não abrir precedente. O Grêmio sabe disso. Qual o objetivo, então?
Parece-me claro o objetivo. Questionar quem comanda a arbitragem e seus processos, quem sabe provocando a sua saída. Leonardo Gaciba é o chefe da comissão. Renato abriu duelo com ele. Entendo que é demasia falar em suspeição, por entender que é pressupor que Gaciba é desonesto. Não é justo. Mas há um fato que legitima o movimento do Grêmio. Mexer na escala de arbitragem a pedido de um clube que se considerou prejudicado foi um erro terrível, que abriu um precedente perigoso. Pode apostar: todo mundo vai pedir troca de escala. E quando receber negativa, as críticas de condicionamento virão. O segundo turno vem aí, afunilando tudo. Naturalmente, as broncas aumentam. Imagine agora.