A lesão de Saravia é terrível para o Inter. Ele era o único lateral do tamanho do clube, em termos de rendimento, com grife de seleção argentina. Um achado da direção e de Eduardo Coudet. Sem dinheiro para contratar, o jeito será praticamente abdicar de qualidade pelos lados, e isso é demolidor para o modelo de jogo do técnico.
É improvável esperar que Rodinei seja protagonista. A torcida do Flamengo festeja até hoje sua saída. Vale o mesmo para Moisés, do outro lado. Não deixou saudades no Bahia. Nada contra eles, bem entendido.
Examino apenas as atuações da temporada. Já vi muito jogador desacreditado encaixar e fazer carreira digna. Pode acontecer com eles, profissionais sérios e dedicados? Sim, mas os indícios apontam para o mesmo de sempre: pouco ou quase nada.
Essa questão da lateral, direita e esquerda, mostra bem a situação financeira e o momento histórico dos clubes.
O Grêmio exibe quatro laterais em nível de titularidade. Na direita, Victor Ferraz e Orejuela. Na esquerda, Bruno Cortez e Diogo Barbosa.
Conforme o adversário, Renato pode escolher o mais adequado. Neste ano medonho de pandemia, isso é ouro. E olha que houve um sexto lateral: Caio Henrique veio e já voltou para a Europa. Vamos combinar que, mesmo por empréstimo, trazer um jogador da seleção brasileira olímpica exige dinheiro na mão.
Por Diogo Barbosa, o Grêmio pagou R$ 10 milhões. O Inter teria condições de investir um valor assim em um bom lateral? Enquanto isso, o Grêmio festeja superávits e admite plano para disputar Cavani.
A diferença é enorme, independentemente do momento do time no campo. As laterais de Grêmio e Inter explicam a supremacia gremista nos últimos anos e clássicos.