Está avançando, prudentemente no embalo da boa fase do time, líder isolado do Brasileirão, a ideia de adiar para março de 2021 as eleições presidenciais do Inter marcadas para 25 de novembro. As candidaturas têm de estar inscritas um mês antes.
A campanha, portanto, estará a mil no auge de uma temporada atípica. Nas redes sociais, você sabe, os golpes abaixo da língua da cintura proliferam. E se essa pancadaria interna se refletir no vestiário, drenando energias no momento mais importante do clube, que é ser campeão brasileiro após 41 anos?
Esse é o ponto. Ex-presidentes já foram acionados.
Roberto Siegmann, ex-dirigente, abriu oficialmente a discussão junto ao presidente do Conselho Deliberativo (CD), o ex-desembargador José Aquino de Camargo. Siegmann faz parte do Inove, um dos grupos políticos do Inter, mas sua iniciativa é individual. O Inove prefere manter a eleição no dia 25 de novembro.
Através de requerimento, Siegmann sugere duas opções: remarcar as eleições – e aí seria preciso convocar extraordinariamente o CD –, ou suspender a data anunciada de 25 de novembro. Nesta segunda hipótese, uma consulta (plebiscito) online com os sócios decidiria sobre o adiamento.
A ideia de empurrar o pleito para março surgiu lá atrás, quando o futebol parou. Só que, como o calendário era uma incógnita, o assunto morreu. Parece-me matéria de bom senso. Tudo está sendo prorrogado pelo vírus. Orçamentos municipais, aulas nas escolas, prazos nos tribunais. A vida, enfim.
Um ano excepcional no planeta Terra exige soluções excepcionais em tudo. Como está em gestação uma aliança de grupos internos, para evitar mais divisões em um ambiente já suficientemente fracionado, talvez prospere a ideia de Marcelo Medeiros no comando até março. São só três meses.
A propósito: se a chance de ser campeão brasileiro não for suficiente para unir a política do Inter e adiar a eleição, tirando-a do olho do furacão, em um ano no qual a pandemia nivelou os times, evaporando a hegemonia técnica e financeira do Flamengo, o que mais será?