Pelo que apurei nesta quinta-feira (2), até antes de ouvir Romildo Bolzan ir por esse caminho, pela primeira vez existe a chance real de a edição 2020 entrar para a história centenária do Gauchão como inacabada. Faltaria apenas decidir se com ou sem campeão, no caso o Caxias e seu primeiro turno vencido em cima do Grêmio.
O Inter, disse-me Marcelo Medeiros, ainda quer dar um jeito de disputar o Gauchão até o fim e brigar pelo título. Na FGF, o encerramento virou uma das opções. O cenário é bem negativo. Fala-se até em bandeira preta em Porto Alegre, logo ali adiante. O próprio depoimento em tom emocionado do governador Eduardo Leite pareceu um sinal.
Os organizadores decidiram suspender a Expointer, marcada para o fim de agosto e depois transferida para entre 26 de setembro e 4 de outubro. No caso do Gauchão, se não voltar até 29 de julho, a avaliação é de que o jeito é tratá-lo como página virada e esperar pelo Brasileirão, em 8 agosto.
A superposição de datas é óbvia. A proibição dos trabalhos coletivos reforça o pessimismo. O paciente é forte e guerreiro. Pode ser que se recupere. Mas o quadro indica uma lenta agonia do Gauchão 2020, salvo mudança radical em contrário. A FGF, vale dizer, ainda espera resposta oficial do Piratini sobre seu plano de segurança sanitária para jogos.