Sobre o bicampeonato do Inter na Libertadores, que a Rádio Gaúcha começou a transmitir nesta quarta-feira (17/06) com a primeira partida da final diante do Chivas, no México, vitória colorada por 2 a 1, uma curiosidade sobre a qual pouco se fala.
Como se sabe, a troca de técnico com o trem andando, uma providência que dá muito mais errado do que certo, não só funcionou como foi decisiva. Por um motivo: o recesso da Copa de 2010.
Fernando Carvalho demitiu Jorge Fossati após uma derrota horrível para o Vasco, em São Januário, na qual o uruguaio manteve o sistema com três zagueiros, sem adotar as duas linhas de quatro, mesmo com a expulsão de Fabiano Eller. Foi um desastre. O time vazou de todas a maneiras. O próximo técnico teria 30 dias para ajeitar a casa, no caso Celso Roth.
Mas qual a curiosidade?
É que Fossati era cobrado pela torcida por ser retranqueiro. Não que o 3-5-2 seja necessariamente defensivo. Pode até ser muito ofensivo, como o de Tite no Grêmio de 2001, mas este, de Fossati, irritava a torcida. Ninguém passava ou saía.
Então Celso Roth, um personagem quase icônico quando se fala em retranca, vem para tornar o Inter mais ofensivo e conquistar uma Libertadores. Isso mesmo: Celso, o faceiro. Isso tudo antes do Mundial de 2010, quando o Inter deixar escapar uma grande chance de ser bi mundial ao perder na semifinal para o Mazembe e não enfrentar uma Inter, de Milão, em crise.
Ele acerta a mão ao se definir pelo 4-2-3-1, ainda pouco usado no Brasil, com Taison explodindo e compondo linha com Tinga (Giuliano, em Guadalajara) e D'Ale, os três voando baixo. São as percepções, debates e reposições históricas que as reprises nos permitem, graças ao velho e bom distanciamento histórico.