
A vitória sobre o Ceará é mais um capítulo na retomada do Inter pós-rebaixamento. É um adversário chato. Vinha de vitória sobre o Palmeiras. Derrotou o Grêmio. Ganhou do Avaí, em Florianópolis. Sua vida é não cair, claro, mas exibe um time organizado e que dificulta a vida de seus oponentes.
E, mesmo com uma equipe muito reserva, pois até alguns suplentes imediatos ficaram de fora, o Inter venceu com méritos. Os erros de passe, naturais pelo desentrosamento, não chegaram a deslustrar um jogo que ajudou para Odair fortalecer novas opções: Sarrafiore, Wellington e Bruno Fuchs.
A maior surpresa foi a escolha dos jogadores para o 4-1-4-1, desenho tático mais adotado pelo Inter de Odair Hellmann, com várias peças de origem ofensiva. Para usar uma expressão mais simplória, daria para chamar de escalação "faceira". Do meio para frente, marcador nato, só Rithely.
Além dele, o estilo clássico de Nonato. E atacantes: Neilton, Sarrafiore, Wellington e Tréllez. Mesmo assim, o Inter se defendeu bem, com bom trabalho coletivo. O Ceará só finalizou de fora da área. Rondou nos minutos finais, no volume e bola aérea. Vitória assim só é possível com trabalho a longo prazo e disciplina tática.
Além de Sarrafiore, autor do gol, atuando na função de Edenilson, o destaque da vitória do Inter foi o zagueiro Bruno Fuchs. Ele superou as melhores expectativas. É alto, 1m91cm, mas exibe mobilidade. Troca passes e faz lançamentos longos com precisão. Teve trabalho, pois tinha de cobrir o lado esquerdo.
Natanael e Wellington subiam e nem sempre dava tempo de descer. Coube a Fuchs antecipar, cortar e desarmar no mano a mano. Na zona mista, Douglas Demoliner e eu o entrevistamos. Começou como camisa 10, na base. Seu ídolo é Thiago Silva. Melhor estreia não poderia haver.