Mais uma vez, após deixar o time para fazer um trabalho de recuperação de força, Luan voltou ao time. E, de novo, foi o mesmo de quando perdeu lugar para Jean Pyerre, após aquela derrota medonha para a Universidad Católica, no Chile.
Entrou no Gre-Nal decisivo do Gauchão, no segundo tempo. E contra o Santos, mesma situação. Na Ressacada, desde o início. Mas nada de recuperação. Contra o Avaí, foi substituído por Thaciano.
A esperança era evolução gradual a cada aparição, mas não é o que se vê. Será uma pena, muito triste mesmo, se o Grêmio não recuperar um talento como o camisa 7.
É difícil formar jogadores assim, capazes de exercer todas as funções do meio para a frente em alto nível. Noto certa resignação geral, como se fosse um jogador comum. Não é. Ele é diferenciado. Foi campeão olímpico convertendo pênalti na final, contra a Alemanha, nos Jogos da Rio 2016.
A pressão no Maracanã lotado era absurda. Eu estava lá: cortava-se o ar em fatias. A seleção só tomou rumo quando ele entrou no time para dialogar com Neymar. Depois, Rei da América. Houve certo clamor para que fosse à Copa da Rússia. Galvão Bueno, com toda a sua experiência, o defendeu abertamente.
Aí, do nada, Luan vira um reserva comum? Um medíocre? Não aceito. Ninguém desaprende, como diz Renato Portaluppi. Não há mistério mais profundo no futebol brasileiro em 2019 do que este, de Luan.