O desgaste além do normal gerado pela vitória por 1 a 0 sobre o Alianza, em Lima, é a razão pela qual o técnico Odair Hellmann tomou a decisão, com apoio da direção, de não sair jogando diante da Chapecoense com os atletas que iniciaram a partida no Peru.
O confronto foi particularmente desgastante, no entendimento da comissão técnica, do presidente Marcelo Medeiros e do diretor-executivo Rodrigo Caetano.
O Alianza armou uma retranca surpreendente para quem jogava em casa e ainda tinha chance de somar pontos para lutar, ao menos, por vaga na Sul-Americana, duelando pelo terceiro lugar do Grupo H com o Palestino.
Essa postura do Alianza obrigou o Inter a passar o jogo todo martelando. O gol salvador de Rodrigo Moledo aconteceu apenas aos 32 minutos do segundo tempo, em escanteio cobrado por Rafael Sobis. O time atuou com a corda esticada o tempo todo, como se diz na gíria.
A delegação deixou o hotel em Lima na quinta-feira (25), dia seguinte ao jogo em solo peruano, às 12h, em voo fretado. Passavam das 2h30min da madrugada de sexta-feira quando todos estavam acomodados no hotel seguinte, em Curitiba.
As rotineiras dificuldades do espaço aéreo para pousos em Chapecó obrigaram o Inter a embarcar rumo a Santa Catarina no meio da tarde de sexta-feira, para entrar em campo diante da Chapecoense às 19h deste sábado, na Arena Condá.
O sobe e desce de avião não permitiu recuperação mínima das rotineiras dores pós-jogo.
A avaliação foi de que, em caso de repetição total da escalação, havia risco de lesionar jogadores. E, também, de que o rendimento de alguns poderia ficar comprometido para a sequência medonha contra adversários que podem ser rivais diretos ao título, como Flamengo (quarta-feira, no Beira-Rio) e Palmeiras (sábado, no Allianz Parque).
A aposta do treinador e da direção é de que o time alternativo tem condições de enfrentar a Chape. Em razão do calendário cheio, conforme o sucesso nos mata-matas de Libertadores e Copa do Brasil, os reservas serão requisitados mais vezes. Precisam jogar, portanto, dando ao time considerado titular um fôlego que, com quatro jogos no ritmo quarta-domingo (Alianza, Chape, Flamengo e Palmeiras), se perderia em algum momento.