Já está muito claro que a sobrevivência, para o futebol do Interior, é o calendário nacional. Os pequenos não geram novas receitas. O quadro social é reduzido. A bilheteria não resolve nada. Quem não entrar em definitivo na rota das divisões nacionais e suas cotas de TV entrará em lenta agonia.
Ao cair para a Série C, o Juventude perdeu R$ 6 milhões, uma fortuna para a sua realidade. Do ponto de vista prático, é mais importante para o Brasil-Pel se manter na Série B do que a urgência de evitar a queda para a Divisão de Acesso.
Por isso, o Avenida, corajosamente, escalou time misto contra o poderoso Grêmio. Descansou quem acusava dores ou desgaste. A estrutura física e médica é precária para recuperar jogadores.
O Avenida tomou de seis, mas admiro quem assume riscos em nome da chance de mudar de vida. O Periquito precisará de toda força e fôlego para vencer o bom Guarani-SP, na quarta-feira.
A cota de R$ 550 mil banca todos os custos da Série D. E o que significa a Série D para o Avenida? A porta de entrada para as divisões nacionais.
Se eliminar o time de Osmar Loss, pega o Corinthians na fase seguinte. Imagine a projeção nacional, no mínimo?
Portanto, mesmo que dê tudo errado, mesmo que tombe no Gauchão por culpa do saldo de gols e ainda seja eliminado na Copa do Brasil, ainda assim aplaudo a coragem de quem arrisca sua zona de conforto em nome de um sonho.