Você vai dizer que é cedo para convocar Vinícius Júnior. Será mesmo? Ou é repetir um velho chavão por preguiça de analisar os fatos à disposição no caso específico?
Aos 18 anos, ele entrou no time do Real Madrid como se fosse madrilenho da gema, e não um moleque de São Gonçalo. Já são nove jogos como titular desassombrado, incluindo a partida de ida da semifinal da Copa do Rei, contra o Barcelona, nesta quarta-feira (6), no Estádio Camp Nou.
Apenas como medida, Neymar fez o seu primeiro superclássico aos 21 anos, pelo Barcelona.
Meu amigo Fernando Kallás, carioca e editor de futebol internacional do jornal AS, com sede em Madri, um dos mais renomados da Europa, diz que seus chefes já planejam mandar um em enviado especial para a Copa América só para acompanhá-lo. Um setorista de Vinícius, como a gente diz no jargão jornalístico. Na Copa do Mundo de 1998, na França, era assim com Ronaldo Fenômeno. E, depois, Ronaldinho.
Por lá, nem se cogita a hipótese de Tite não convocá-lo. A curiosidade por notícias sobre ele é monumental. Sua maturidade e evolução tática precoces, de fato, impressionam pela rapidez. Joga pela esquerda, como Neymar.
E tem também Malcom, 21, do Barça, que fez até gol no empate em 1 a 1, mas está menos afirmado do que Vinícius Júnior. Apesar de todos os pesares, volta e meia surgem notas perfumadas de âmbar daquela produção de craques em escala de outrora no Brasil.
Tite tem de estar atento. Tem de sentir esse aroma cada fez mais bissexto. Além do mais, sonhar não custa nada, como bem ensina a sabedoria popular.