Na metade de agosto, o Inter rechaçou o Galatasaray, que veio com tudo atrás de Rodrigo Dourado. Bastava o sinal verde ao emissário, um influente empresário brasileiro com tentáculos na Europa, e os milhões de euros viriam para aliviar as finanças.
O presidente Marcelo Medeiros cortou o papo pela raiz. Ele explicou ao mensageiro. Como justificar o esforço para fazer de Paolo Guerrero a cereja do bolo e, em seguida, entregar o bolo?
Rodrigo Dourado, presença garantida no Gre-Nal 417, confiante após ser destaque na vitória sobre o Flamengo por 2 a 1, é o alicerce do 4-1-4-1 consolidado pelo técnico Odair Hellmann. Não há substituto nem perto de seu nível para exercer a função, vital no funcionamento do esquema. Alguém aí lembra de Brasil e Bélgica nas quartas de final da Copa do Mundo, sem Casemiro e com Fernandinho?
Dourado caiu em 2016, subiu em 2017 e, agora, é o capitão do Inter que luta por título em 2018. Se acontecer, 39 anos após 1979, erguerá a taça. Mesmo com o assédio conferido pela medalha de ouro olímpica, pediu para jogar a Série B.
Nos piores momentos, ele, a esposa e a família sofreram muito. Em dois meses, será pai. É o ícone da volta por cima. Antes dos turcos e da boa fase, Bordeaux (França) e Sporting (Portugal) tentaram levá-lo por empréstimo e direitos fixados. Mais recentemente, o riquíssimo Al-Hilal, da Arábia Saudita, também tentou.
A relutância em vender o capitão colorado este ano é a prova de como o Inter mergulhou de cabeça no sonho de ser campeão brasileiro.