O Inter sabia que o risco era alto. Tanto que impôs cláusula para não pagar salários caso a suspensão por doping voltasse. Mirou aquela lógica: para disputar uma estrela como Guerrero, teria de assumir um risco além do normal. Sem este cenário, não haveria como competir. Até o peruano estar apto, em abril, qual é o plano para um atacante de 35 anos não virar ex? Fala-se na estrutura do Vila Ventura. No Flamengo, ele foi para a Argentina. Alguém cogitou essa situação, que estava entre as alternativas possíveis?
O Inter não imaginava que a liminar cairia este ano. No ano que vem, talvez. Mas não agora. As informações que dispunha sobre o processo estavam erradas. Camisetas vendidas, estreia anunciada, slogan do "caô". Constrangimento. Prejuízo no marketing? Dos males, esse é o menor.
Com Damião fora e os limites técnicos de Jonatan Alvez, Guerrero seria o definidor. Pelo controle que Odair tem sobre os jogadores, não creio que o episódio possa desarmonizar o vestiário. Mas é bom ficar vigilante. Após a vitória sobre o Paraná, afirmei que Guerrero teria de correr atrás e entrar em forma para ficar à altura de um time que, sem ele, brigava nas cabeças. Vencer o Palmeiras deixaria o caso em segundo plano. A torcida, que foi recepcionar o time no aeroporto, até tiraria onda: planejamento de Libertadores.
Sobrou para o competente Inter de Odair Hellman tirar Guerrero das manchetes.