O que é mais infantil em quem defende a saída de Antonio Carlos Zago na alvorada da Série B, acreditando na desastrada e amadora política de criar fato novo empilhando técnicos, é a lógica rasa segundo a qual os contrários a sua demissão necessariamente concordam com tudo o que ele faz. E, pior: quando estes discordarem de alguma substituição ou atitude, nada mais farão além de passar recibo de incoerência.
É uma simplificação que roça a idiotice, porque sugere que coerência é ser a favor ou contra sempre, em qualquer circunstância. O Inter oscila, o que é razoável depois da barbárie do ano passado. Deixou a desejar nas finais do Gauchão, mas foi bem diante do Corinthians e no Gre-Nal, por exemplo.
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Não é diferente com Renato. Ele começou a apanhar a partir do mesmo ponto que o Inter: o Novo Hamburgo. Tinha a Libertadores de gordura, até perder para o Iquique. De candidato a estátua na Arena, virou boleirão defasado em um estalar de dedos.
Toco nos dois exemplos justamente para alertar sobre a mania de só examinar extremos. É o "resultadismo". Se ganha, só se vê o lado bom. As percepções são positivas. Se perde, sobressai o lado ruim, e ninguém se importa com o que deu certo.
A cada tombo, a ladainha sobre troca de técnico contamina os debates de mérito. Pouco se fala em tipos de marcação, esquemas táticos, modelo de jogo, estratégias conforme o adversário. Fica tudo muito individualizado. Haja paciência.