Uma moça que conheci, muito bonita, certa vez me contou que estava em sua casa de praia, tomando banho no chuveiro, e percebeu que, da casa do outro lado da rua, um rapaz a observava detrás de uma janela. A princípio, ela levou um susto, mas logo se controlou. Fez de conta que não o havia notado e continuou a se banhar, só que com movimentos mais lentos, mais premeditados, mais sensuais, divertindo-se com a aflição do voyeur desconhecido. Continuou assim por algum tempo, depois se cansou, fechou a janela e deixou-o lá, salivando e arfando como o cachorro na porta do açougue.
Livro
A mulher na janela
Foi a mentira do autor que chamou a minha atenção para a obra
David Coimbra
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