O Grêmio vai ser tricampeão da América.
Sei que é uma temeridade afirmar isso assim, antes do primeiro jogo da decisão, sei que o Lanús vem bem e forte, que também está concentrado e é um time argentino, condição que, por si só, diz muito.
Sei de tudo isso.
Mas formei a convicção de que o Grêmio será campeão da Libertadores neste 2017.
Há várias razões para fazer essa aposta. A principal é a forma como o grupo do Grêmio está encarando a decisão. De Marcelo Grohe a Éverton, de Romildo Bolzan ao faxineiro anônimo, todos parecem estar mantendo o foco.
Vi isso em outras oportunidades, em mais de 30 anos de cobertura de futebol. Vou relatar uma: o Inter no Japão, em 2006. Na véspera do jogo contra o Barcelona, liguei para o Tulio Milman.
– E aí, velho, como tu estás? – perguntei.
– Nervoso – ele respondeu e, do outro lado do mundo, senti o tremor em sua voz.
– Então te acalma – falei. – Estou te ligando para dizer o seguinte: o Inter vai ser campeão do mundo amanhã.
A coesão que percebo no Grêmio é a coesão dos vencedores, é a de quem não se distrai um segundo, de quem não descuida de nenhum detalhe, de quem sabe como vencer.
Tinha tal certeza, apesar do tamanho do adversário, porque testemunhei de perto cada movimento dos jogadores e, principalmente, do mentor da empreitada, Fernando Carvalho.
Agora estou longe, mas posso sentir o mesmo pelas informações que chegam e pelo que as pessoas me dizem.
Há dois personagens fundamentais nesta trajetória: Romildo Bolzan e Renato Portaluppi. Ambos aprenderam com a derrota, o que, talvez, seja a maior prova de inteligência que um homem pode dar. Bolzan e Renato são atuantes, mas ponderados. Não se envergonham de corrigir o rumo, quando necessário, mas sabem para onde querem ir e, o mais importante, por onde seguir.
Outro dirigente vencedor, Fábio Koff, disse uma vez:
– Em futebol, não existe só uma fórmula. Mas você precisa ter uma fórmula.
Bolzan, Renato e o grupo de jogadores do Grêmio têm uma fórmula para fazer as coisas. Eles a descobriram e a desenvolveram. É certo que, do outro lado, também há um grupo disposto a vencer e com seu jeito próprio de enfrentar as dificuldades, mas a coesão que percebo no Grêmio é a coesão dos vencedores, é a de quem não se distrai um segundo, de quem não descuida de nenhum detalhe, de quem sabe como vencer.
Vencerá.
O Grêmio será tricampeão da América. Estou lendo o que está escrito.