Uma imagem marcou os gaúchos neste dia, em 2013. Ela deveria ter sido esquecida, mas o local é centenário e tão querido pelo nosso povo que nunca iremos parar de lembrar do Mercado Público em chamas. As colunas de fumaça podiam ser vistas a quilômetros de distância, mesmo sendo à noite. O cheiro de queimado se espalhou pelo centro de Porto Alegre. E ali na frente, no encontro das avenidas Borges de Medeiros e Julio de Castilhos, a cena era de incredulidade.
O velho mercado, o "mercadão", sendo devorado por fogo alto. As labaredas atingiam muitos metros. Ainda bem, os bombeiros chegaram rapidamente. Ingressaram pela lateral carregando mangueiras que esguichavam água e subiram ao andar superior. Lá apagaram o causador do fogo e depois tiveram uma trabalheira danada para extinguir as chamas que consumiam o telhado. Aquilo foi um bálsamo para quem esperava o pior do incêndio. Os bombeiros, inclusive, colocaram suas vidas em risco para apagar aquele fogo.
Não demorou para muitos trabalhadores de bancas se aglomerarem na área do Mercado para ter mais informações do estrago. Passado o momento de maior apreensão, com a água dos jatos ainda escorrendo pelas paredes, um militar do Corpo de Bombeiros emergiu de dentro do prédio (a energia havia sido interrompida com o incêndio) para anunciar:
— Apagamos o fogo, missão cumprida.
Todos suspiram em sinal de alívio. Uma coisa ainda precisava ser explicada: como o fogo começara? A perícia revelou, uns dias mais mais tarde, que um curto circuito na fiação de um restaurante do piso superior tinha dado início às chamas.
Na hora do incêndio, corretamente, a preocupação era com vidas que podiam estar em risco. Depois, com bens materiais. Menos mal, o incêndio ocorreu numa noite de sábado, quando o Mercado Público está tradicionalmente fechado. As cicatrizes ainda estão latentes na nossa memória. E que sirvam de lembrança para a precaução, impedindo que isso se repita.