Pode-se dizer muita coisa sobre Sebastião Melo, menos que não seja afeito ao trabalho. Trabalho pesado.
Em 2015, quando Porto Alegre foi sacudida por uma tormenta que derrubou postes de concreto e deixou a cidade sem luz e fornecimento de água por cinco dias, Melo, então vice-prefeito, vestiu um colete da Defesa Civil municipal, colocou nos pés botas de borracha e percorreu a cidade durante o pior período da crise. Usando dois telefones celulares, foi o principal mediador da prefeitura com os serviços básicos que precisavam ser prestados pelo poder público.
Dois anos antes, no Natal de 2013, Melo chegava em casa quando ouviu, pelo rádio do carro, o apelo de moradores do extremo-sul que estavam sem água. Na hora, mudou o rumo e seguiu direto para o bairro para resolver o problema.
Na semana passada, durante a gravação do projeto Me Leva, fizemos um "quiz" com Melo. "Onde fica a vila Sapolândia? Lá na divisa com Viamão. E o que aquela comunidade precisa?"
Melo sabe de cor a localização dos cantões de Porto Alegre, seus problemas e anseios. A experiência de vice-prefeito e três mandatos como vereador possibilitaram que ele arregimentasse uma ampla rede de líderes comunitários atuantes.
— Quero ser o prefeito das periferias, pra quem mais precisa — disse ele, ao final do Me Leva.
De novo, também, pode-se criticar, menos por desconhecer a cidade e ter uma conexão com as regiões mais carentes. Se será um bom prefeito, terá quatro anos para mostrar. Os porto-alegrenses deram um voto de confiança.