O prefeito Nelson Marchezan arrolou nomes de desafetos políticos para servirem de possíveis testemunhas no processo de impeachment que enfrenta na Câmara de Vereadores. Pode ser uma estratégia arriscada na medida em que, obviamente, um adversário não irá a uma comissão processante abonar a conduta do prefeito. Em desvantagem numérica na câmara, Marchezan lança mão de uma tática ostensiva: se é debate que os vereadores querem, terão assunto. Mais do que o fórum para a defesa, o impeachment será uma arena para se travar o confronto de ideias.
A estratégia não tem unanimidade do meio jurídico pois pode ser vista como uma maneira de desafiar vereadores que, na verdade, precisam ser convencidos. Diante do momento desfavorável na política, o prefeito coloca todas as opções na mesa. Entre os adversários, estão o ex-prefeito José Fortunati, a quem com frequência Marchezan critica ao associar a gestão "às páginas policiais", o ex-coordenador de campanha que elegeu o atual prefeito, Kevin Krieger (PP), o vereador Ricardo Gomes (DEM), ex-secretário de Marchezan e atualmente um desafeto e o diretor do DEP na gestão passada, Tarso Boelter (PP).