O Grêmio comemorou efusivamente o empate em 0 a 0 com o Botafogo, na noite de sábado, em Brasília, pelo Campeonato Brasileiro. E era preciso comemorar. Apertado pela tabela de classificação, o Tricolor necessitava somar pontos para diminuir o risco de encarar o Z4 mais de perto. Uma fotografia, no entanto, acabou definindo a análise no Mané Garrincha: a distância abismal entre as equipes.
Em 2021, o Botafogo, já com investimento externo, subiu para a série A do Brasileirão. De lá para cá, claramente, o time carioca mudou de patamar e hoje assume um protagonismo importante no futebol brasileiro, sendo líder do nacional e um dos representantes nas semifinais da Copa Libertadores. Evidentemente que essa evolução passa pela SAF, que agregou muitos jogadores ao time da estrela solitária.
O Grêmio, por sua vez, voltou a primeira divisão em 2023, e adotou outro caminho. Os investimentos, na comparação com os cariocas, foram abaixo, mesmo que, em relação ao próprio clube, também devem ser definidos como altos.
Na última janela, por exemplo, o Grêmio gastou mais de 50 milhões em contratações. Um jogador contratado no último mês define o retrato desta análise. Grêmio e Botafogo tentaram o lateral esquerdo Alex Telles, que optou pelos cariocas em razão da desigualdade econômica existente hoje entre as equipes.
Um jogo, por vezes, precisa ser visto além do resultado e esse é o ponto principal do enfrentamento de sábado à noite pelo Brasileirão.
A distância entre Grêmio e Botafogo está escancarada e é preciso medir as causas. Dinheiro é um ponto fundamental e o Tricolor precisa saber se é só isso. Eu acho que não, mas a análise do Grêmio contra ele mesmo é um outro assunto.