A notícia divulgada por GZH indica que o Grêmio estuda ampliar o contrato do zagueiro Geromel até o final deste ano. No início desta temporada, essa discussão já esteve na pauta do clube e o zagueiro teve o seu contrato renovado até a metade deste ano. No campo, no entanto, o zagueiro não apresenta uma solução sólida e a diretoria, inclusive, procura novos nomes para o setor. E, por isso, surge a pergunta: em um ambiente tão profissional, por que somos reféns dos ídolos?
Pedro Geromel chegou em Porto Alegre vindo da Alemanha há mais de 10 anos e pouco conhecido do grande público. Por aqui, depois da desconfiança, ganhou o carinho do torcedor gremista e se constituiu em uma peça importante na retomada das conquistas do Grêmio. Em 2016 e 2017, datas dos grandes títulos, Geromel foi fantástico, e ali garantiu o seu nome na seleta galeria dos grandes nomes da história tricolor. Isso lhe deu, também, grandes contratos com o clube. Geromel sempre foi muito bem remunerado por aqui.
O seu reinado seguiu e a sua força de liderança no grupo, e no ambiente, é respeitada por todos. Os resultados, no entanto, nunca mais foram os mesmos. O Grêmio, inclusive, foi rebaixado em 2021 e Geromel estava entre os líderes daquele grupo nada comprometido. Seu nome, no entanto, nunca foi arranhado no coração da grande maioria da torcida gremista, mesmo diante daquele fracasso rotundo e indignante daquele time.
O encerramento de ciclos é uma dificuldade da vida e, no futebol, isso se faz ainda mais complexo. Ídolos representam uma relação afetiva perene e é muito difícil admitir que isso tenha fim, mas quando se trata de um ambiente tão competitivo e profissional é necessário ser mais rígido com essas questões.
Está na hora de o Grêmio encarar o futuro, limpar o espelho, e preparar as novas páginas da sua história. O ciclo de 16 e 17 acabou e os ídolos daquele momento precisam ser muito valorizados e aplaudidos, mas não cobrados pelo que não conseguem mais entregar. Geromel não precisa mais ser atleta do Grêmio, e isso também é uma forma de agradecê-lo. Não podemos estragar a história em nome da nossa fragilidade em encararmos os ídolos do passado.