A péssima atuação de Ferreira na partida contra o Athletico-PR, na Arena, superou até mesmo a expectativa dos maiores críticos do jogador. A derrota do Grêmio para o time paranaense passou muito pelo momento do atacante. As vaias ao final do jogo viraram mais um capítulo de uma história que deu errado desde o primeiro dia.
A relação de Ferreira com o clube é um caso a ser estudado. Desde o início de sua caminhada por aqui, os assuntos fora do campo sempre foram mais importantes do que os lances nos gramados. De um processo contra o Grêmio a uma conduta individualista no campo, Ferreira sempre foi tratado como estrela, mas nunca confirmou nos jogos esta expectativa.
Os erros na avaliação de Ferreira cometidos pelo Grêmio ficam escancarados nos seus contratos e também na camisa 10, que foi dada ao jogador como sinal de respeito logo após o rebaixamento do clube. Foram absurdos e mais absurdos, que precisam ser discutidos e, principalmente, esquecidos.
Ferreira talvez seja o exemplo máximo do pensamento mágico. O clube sempre viu nele algo diferente da realidade. Ferreira é apenas Ferreira, um jogador comum, com algumas qualidades técnicas, mas nenhum entendimento coletivo.
Este modelo de jogador, simplesmente, não pode ser referência em um clube com as exigências do Grêmio. E é preciso dizer que foi o próprio Tricolor que alimentou isso.
Ferreira é uma insistência sem sentido. O mais longevo dos jogadores formados no clube. O que mais teve oportunidades e quem mais se valorizou, mesmo sem nunca dar um resultado efetivo dentro do campo. O Grêmio precisa decidir e resolver questões, fechar páginas, definir novos roteiros. E isso passa pela novela com esse atleta.
Barão de Itararé, e o seu encantador humor crítico, definiu uma verdade que cabe fortemente neste assunto:
— De onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada.