A Seleção Brasileira de futebol feminino ficou com a medalha de prata. Na decisão em Paris, a derrota para os Estados Unidos foi mais uma vez com um gosto amargo. Assim como em Atenas-2004 e Pequim-2008, o Brasil foi superior e acabou perdendo no detalhe. E, neste sábado, houve ainda o componente de um pênalti claro não marcado pela sueca Três Olofsson no começo do primeiro tempo.

Mas nada pode apagar o que fizeram as brasileiras aqui na França. Depois de uma primeira fase sofrida, as vitórias sobre as donas da casa e as espanholas, atuais campeãs do mundo, a esperança de que o tão sonhado título olímpico viria. Ainda não foi agora. Mas com certeza ele virá. 

E o que falar de Marta. A Rainha se despediu com seus terceiro pódio. Mas não são apenas os títulos e as eleições de melhor do mundo. A camisa 10 deu uma dimensão gigantesca ao futebol feminino do Brasil. Com certeza, todas aquelas que lutaram e lutam pela modalidade estão orgulhosas demais do que ela foi capaz de nos dar ao longo de duas décadas. 

Zé Roberto Guimarães eterno 

Único treinador tricampeão olímpico, José Roberto Guimarães terminou mais uma vez no pódio e agora tem sua coleção completa, com uma prata e um bronze. Mas a questão é: ele vai seguir?

Zé Roberto ama o que faz e tem uma capacidade imensa de gerir grupos e egos. Mas ele nao será eterno. Por isso precisamos pensar em um substituto, mesmo que não seja para amanhã. Mas é algo natural e por isso alguém tem que ser preparado. 

Claro que todos gostaríamos que ele fosse eterno. Mas o tempo passa para todos e todas.

Potência perde força 

Os Estados Unidos podem ter acumulado o maior número de medalhas em Paris. Mas a briga pela liderança com a China dá dimensão que eles já não são tão dominantes como foram outrora. 

Mas a próxima Olimpíada será em Los Angeles. E com certeza eles irão se preparar de forma que possam vencer o evento com um domínio absoluto. 

Brasil fez Olimpíada dentro do esperado 

Não deu recorde de medalhas. Mas a campanha brasileira em Paris não pode ser desprezada. Após Barcelona-1992, quando o Time Brasil conquistou três medalhas, nunca mais deixamos de subir no pódio ao menos em dez oportunidades. O sonho do Top 10 está cada vez mais próximo. Mas é necessário investir cada vez.

Esporte necessita ser política de Estado. É necessário estimular a prática desde a escola. Não é só pensar no alto rendimento. Mas é pensar em saúde, educação e segurança, pontos que a prática esportiva pode atender. Não vamos lembrar de esporte só daqui quatro anos. Vamos falar todos os dias de esporte. Mas de todos e não apenas de um.