O skate brasileiro, que mais uma vez encerrou o ano em alta no cenário internacional, vive um grande dilema que pode acabar prejudicando a caminhada do esporte na busca por medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024. Uma queda de braço entre a Confederação Brasileira de Skaet (CBSK) e a Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP) sobre quem deve administrar a modalidade e ter vínculo com o Comitê Olímpico Internacional (COI), que é travada há vários anos, tem desgostado os atletas, entre eles Rayssa Leal.
A questão é antiga e começou em 2017, quando o COI determinou que apenas uma confederação pode existir para administrar a modalidade. O imbróglio teve início após a modalidade passar para o programa olímpico. No âmbito internacional, o skate é administrado pela World Skate, que é filiada ao COI e que também administra as demais modalidades sobre patins.
O impasse acontece nos bastidores porque a CBSK e os atletas não gostariam de uma fusão com a CBHP ou até mesmo que esta entidade passe a administrar a modalidade. O detalhe é que a World Skate determinou que até 31 de dezembro ocorra uma definição. Caso contrário, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) poderá ser acionado.
Em nota, "o Comitê Olímpico do Brasil informa ser uma exigência da Carta Olímpica que apenas uma única entidade por país trate de todas as modalidades sob a responsabilidade da Federação Internacional correspondente. A solução da questão não passa por decisão do COB, pois ao comitê cabe somente conceder filiação à entidade que seja vinculada à Federação Internacional. Ou seja, cabe à World Skate definir qual Confederação será a responsável pela representação do skate no Brasil".
Nesta sexta-feira (15), aqui no Rio de Janeiro, antes da entrega do Prêmio Brasil Olímpico será realizada a Assembleia Geral Extraordinária do COB, convocada para tratar de dois temas: o encerramento do Comitê Organizador Rio 2016 e providências para tal fim; e aprovação do orçamento do COB para o ano de 2024.
E na questão orçamentária que voltamos à disputa CBSK e CBHP. Reconhecida como olímpica pelo COB, a CBSK deverá receber para o próximo ano, R$ 10,5 milhões pela Lei Agnelo Piva, que determina o repasse de parte dos recursos oriundos das Loterias.
Algumas propostas de paz já foram feitas e rechaçadas. O impasse segue e até um clima belicoso, nos bastidores, existe. Os atletas, nos últimos dias, se manifestaram nas redes sociais dando total apoio à CBSK.
Quem decidirá a quem cabe o comando do skate nacional é um mistério no momento. O certo é que os prazo se esgota e só quem perde é a modalidade.