A seleção brasileira masculina de vôlei tem uma dura missão entre o final de agosto e a primeira quinzena de setembro. A equipe comandada pelo gaúcho Renan Dal Zotto disputará, na Polônia e na Eslovênia, o Campeonato Mundial. Mas, apesar de toda a tradição, não é possível apontá-la como candidata ao título.
Depois de ficar fora do pódio nos Jogos Olímpicos de Tóquio e sequer chegar às semifinais da Liga das Nações, o Brasil vive um momento de transição e enfrenta dificuldades dentro do cenário internacional.
Até por isso, o Mundial que está por chegar não deve ser cercado de grandes expectativas, mesmo que das 10 últimas edições do evento, desde 1982, a seleção tenha chegado em nove delas nas semifinais — a exceção foi em 1994, quando perdeu nas quartas de final.
Vários fatores tem atrapalhado essa caminhada de renovação e as lesões são algo que tem pesado, e muito. Em junho, Lucarelli sofreu uma ruptura no cabo longo do bíceps do braço direito e só voltou a jogar em meio à Liga das Nações, mas sem estar nas melhores condições. Durante o torneio, o oposto Alan teve ruptura no tendão de Aquiles da perna direita e passou por cirurgia que foi realizada em Porto Alegre. Para o Mundial, o central Isac foi dispensado por conta de uma degeneração discal com pequena protrusão, uma lesão que afeta a região da coluna.
Além destes, o líbero Thales sofria com dores lombares que o impediam de treinar e jogar com sua máxima capacidade. Pensando em melhorar a qualidade dos seus treinamentos e, consequentemente, o seu rendimento dentro de quadra, ele procurou o Laboratório do Pé, empresa gaúcha especializada em análise biomecânica do caminhar e na produção de palmilhas computadorizadas.
— O Thales, assim como outros atletas de ponta que atendemos, passam por uma carga de treinos e jogos muito pesada. E é preciso estar equilibrado, com a palmilha absorvendo impacto nas regiões com mais pressão e com o corpo em movimento. Nossas palmilhas são produzidas com tecnologia italiana e respeitam a identidade de cada pé. São milimetricamente customizadas e computadorizadas. Por isso, a necessidade, também, de ter uma palmilha para cada tipo de calçado – explica o especialista em baropodometria Jefferson Machado.
Além de parar de sentir tantas dores, Thales se livrou de um outro incômodo:
— Eu sempre tive muita dor na lombar, em função dos treinamentos. E agora, depois de dois meses usando as palmilhas especializadas, eu estou quase zerado de dor. Parei de tomar remédios para as dores que eu sentia. Hoje eu consigo treinar melhor e jogar com muito mais intensidade— conta Thales.
Na última semana, o jogador de 33 anos nascido em São Leopoldo esteve na capital gaúcha, passou por uma reavaliação completa e levou novas palmilhas que serão utilizadas no Mundial, que começará no dia 26 de agosto.