O governador Eduardo Leite se reuniu no final da manhã desta terça-feira (8) com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em Brasília, para tratar sobre o que classificou como a pior estiagem no Estado em 70 anos. À ministra, ele reforçou a gravidade da situação e o impacto negativo junto aos produtores rurais.
Tereza Cristina, que participou do encontro de forma online, pois testou positivo para covid-19, sinalizou com abertura de linhas de crédito emergenciais para agricultores que precisarão arcar com os financiamentos agrícolas em um cenário de safra frustrada pela estiagem.
— A maior parte dessa safra não é protegida por seguro agrícola e, portanto, vai precisar de linhas emergenciais — disse Leite a GZH após a reunião.
— O ministério (da Agricultura) nos apresenta que deve, nos próximos dias, anunciar as linhas emergenciais que serão lançadas para atender esses produtores. O ministério está em articulação com o Ministério da Economia, há uma restrição orçamentária e as dificuldades que se impõem por conta da alta dos juros — explicou o governador.
Os recursos podem ser liberados pelo governo federal por meio de um Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN), que irá definir o valor a ser aberto, dentro do orçamento da União, para destinar às linhas de crédito emergenciais.
À tarde, Leite cumpre outras agendas na capital federal, entre elas, uma reunião com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para tratar sobre a duplicação do trecho sul da BR-116 e da malha ferroviária gaúcha. Além disso, vai discutir projetos de geração de hidrogênio verde como uma nova fonte de energia para o Estado junto à Embaixada da Noruega.
Repasses a municípios
A Defesa Civil nacional já reconheceu a situação de emergência de 285 municípios gaúchos afetados pela estiagem. A partir dessa validação, as cidades podem solicitar ao governo federal ajuda financeira para enfrentar o período sem chuva.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional afirma que ainda não houve repasse de recursos a municípios gaúchos, "uma vez que a liberação está condicionada à análise dos planos de trabalho encaminhados pelos municípios à Defesa Civil Nacional".
No momento, 76 planos de trabalho enviados por cidades do Estado para viabilização do repasse de recursos estão em análise pelo governo federal.