Enquanto o trade turístico está otimista com a vindima, os produtores de uva da serra gaúcha estão preocupados com os prejuízos provocados pelos períodos secos e de sol intenso. A estimativa de uma safra entre 580 milhões e 600 milhões de quilos na região não deve se confirmar, conforme o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Cedenir Postal.
Diante das perdas, que podem chegar a quase 30% em relação à colheita passada (de 690 milhões de quilos), a Comissão irá negociar a prorrogação das parcelas dos financiamentos dos agricultores e a redução dos juros do próximo Plano Safra.
Em Caxias do Sul, a quebra deve ser um pouco menor, espera Rudimar Menegotto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares.
— Imagino que fique entre 20% e 30%.
As uvas já colhidas em dezembro não terão a qualidade ideal porque sofreram o chamado estresse hídrico (falta de água) e, consequentemente, tiveram a maturação acelerada. Mas ainda há perspectiva de recuperação se chover em boa quantidade nos próximos dias.
— A seca impacta no grau de açúcar. Como a uva amadurece antes, perde quantidade de açúcar, e o preço da uva é feito em cima do grau. A uva deste ano pode não alcançar o grau ideal e o preço pode cair — alerta Menegotto.