Com sabores, aromas e características peculiares, os queijos são capazes de fazer você viajar pelo mundo por meio do paladar. E, para mergulhar nesta experiência, consumidores brasileiros estão adquirindo conhecimento mais aprofundado e se rendendo a novas variedades.
Uma informação pouco difundida é a classificação do alimento de acordo com o tipo de massa. Pode ser categoria frescal (de baixa maturação, caso do minas frescal e do cottage), semicozida (mais elástica, como muçarela e prato) ou cozida (mais secos, parmesão e grana padano, por exemplo).
Conforme a professora Neila Richards, chefe do Departamento de Tecnologia e Ciências dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o perfil do apreciador de queijos mudou.
— As pessoas estão buscando produtos mais maturados (quando o alimento fica em repouso em ambiente com temperatura e umidade controlados) e com sabores acentuados — afirma Neila, também diretora científica da Associação Gaúcha de Laticinistas (AGL).
Na hora de escolher o queijo, o consumidor deve levar em conta as características da bebida que irá harmonizar com o alimento. No inverno, por exemplo, a dupla perfeita do paladar é queijo e vinho.
Para ser especialista, não basta ser apaixonado por queijo. Segundo a professora, é necessário conhecer sua história. É preciso saber, por exemplo, que a tradicional muçarela, vinda da Itália, é elaborada com leite de búfala e não com o de vaca, como é vendida em grande parte dos supermercados.
Muçarela é o campeão de produção no Estado
Além de ser o mais apreciado, o tipo muçarela também representa o maior volume de produção no Estado, de acordo com o presidente da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil-RS), Wlademir Dall’Bosco. Segundo o dirigente, o ingrediente é fundamental em pratos tradicionais como pizzas, sanduíches e lasanhas. De olho nessa demanda, pecuaristas e indústrias vêm qualificando a produção:
— No Rio Grande do Sul, as plantas industriais passam por processo de inovação permanente. Além disso, avançamos muito na qualidade do nosso leite em comparação ao restante do Brasil.
Hoje, cerca de 90% do leite que sai das propriedades gaúchas têm destino a produção de UHT, leite em pó e queijo muçarela, segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado (Sindilat-RS). Atrás do líder muçarela, estão os queijos prato, parmesão, provolone, cobocó, coalho e colonial.
Quando o assunto é consumo, os eleitos dos gaúchos são muçarela, prato, provolone, parmesão e coalho. Mas, com a crise econômica, as pessoas estão substituindo queijos de valor elevado por variedades mais em conta, de acordo com a professora Neila.
Colaborou Leticia Szczesny