A nova realidade de financiamento agrícola no Brasil, com menos recursos públicos para subsídios, abrirá oportunidades para o setor privado aumentar a participação. Seria o fim de uma era no crédito rural, tema debatido em um dos painéis da One Agro, evento realizado pela Syngenta e que reuniu mais de mil produtores, executivos e pesquisadores em Campinas (SP).
Diretor de Agronegócio do Banco Santander, Carlos Aguiar afirmou que a manutenção da taxa básica de juro em um dígito e a inflação controlada possibilitarão o aumento de oferta de crédito:
— Hoje, temos condições de financiar o produtor sem necessidade de subsídio, com juro de mercado.
Segundo o executivo, o que baixará o spread bancário será a concorrência:
— Podem ter certeza que para o produtor é melhor ter mais bancos oferecendo dinheiro do que mais subsídios do governo.
Na opinião de Alexandre Mendonça de Barros, sócio consultor da consultoria MB Agro, o novo modelo de financiamento agrícola exigirá que o setor privado amplie sua participação.
— Vejo o Estado atuando na subvenção ao pequeno produtor e ao seguro agrícola. Nos demais setores, atores privados serão necessários — disse o economista.
Para Erika Schoch, diretora regional de resseguros de agricultura para América Latina da Swiss Re, os produtores devem ser cada vez mais resilientes em relação às mudanças climáticas.
— E o seguro rural precisa ser formatado de acordo com a necessidade de cada produtor, é algo que precisa ser customizado — disse Erica.